Eu e meu esposo, em Recife PE.
Era inverno em Santa Luzia PB, o ano, 2004. É estranho começar
citando essa palavra, pois como alguns devem saber infelizmente a chuva não
costuma visitar muito minha terra querida, porém um tanto castigada pela seca.
Mas, nesse ano choveu muito. E inverno combina com romance, ou não? No meu caso,
acho que naquela época não assimilei muito bem uma coisa com a outra.
Fazia mais ou
menos um ano que eu havia começado uma grande amizade com Izabel, minha vizinha
de rua, nesta época ainda muita menina.
Ela tinha um primo chamado Luís, que morava em Camaragibe PE, e quis
passar suas férias na minha pacata cidade, tentando fugir do desgaste, da
correria do seu lugar.Eu estava ainda
com dezessete anos, mas prestes a completar dezoito, não queria de forma alguma
me apegar realmente a ninguém. Amava me divertir nas festas, só queria
realmente viver um amor, se de cara batesse algo muito forte dentro de mim.
Acho que eu ainda guardava uma paixão adolescente e não correspondida. Por isso
preferia apenas curtir a vida.
Izabel sempre me
falava do primo que iria me apresentar, até que o dia chegou, para falar a
verdade não lembro se havia sol ou lua no céu, também não recordo o lugar, só
sei que nos apresentamos. Faz tempo, não gravei detalhes, pois naquele tempo
não fazia diferença. Infelizmente eu não o enxerguei como possível namorado,
apenas como amigo. Seu jeito doce e simpático até me fazia gostar de ficar
perto dele, no entanto, não passava de uma ingênua amizade. Fui boba, não dei
chances de viver um grande amor, naquele inverno.
Ele, também não
chegou até a mim e falou claramente que estava interessado, mas muitos me
diziam que sim, ele estava bastante a fim de ficar comigo. Seu primo, o
divertido Wellington, sempre tirava brincadeiras, insinuando algo. Eu ficava
vermelha, tímida demais. Às vezes nos
encontrávamos na praça, na casa de Izabel, e até mesmo na minha. Mas, sempre
era só amizade. Certa noite, fomos para o aniversário de Alana, sua prima. Eu
acabei ficando com um primo dele. Ele ficou decepcionado, e com raiva de mim,
mas nada me falou. Eu e Izabel ajeitamos para Luís ficar com uma amiga nossa,
rolou um beijo. Depois fomos todos para casa, já havia tido muitas emoções
naquela noite.
Depois daquela
noite não recordo ao certo o que aconteceu. Depois ele foi embora para sua
cidade, e só voltou à Santa Luzia em 2006. E novamente quis ficar comigo, desta
vez falou claramente, enquanto conversávamos na Praça Alcindo leite, centro da
cidade. Mas, eu respondi não, pois havia em mim apenas um sentimento de amizade.
Novamente ele foi embora com o coração um tanto partido, por causa desta
ingrata, que no caso sou eu, que não sabia enxergar a pessoa tão especial que
estava bem ao lado.
Ele partiu,
talvez sem olhar pra trás, apenas levando um rastro de saudade e um coração
magoado. Por isso, e talvez por outros motivos, retornou apenas em 2010, mas
ambos estávamos acompanhados, nem se quer nos vimos. Durante dois
anos mantive um namoro sério, nesta época ele estava noivo. Talvez não
lembrasse mais de mim. Mais ou menos na
mesma época terminamos ainda em 2010. Coincidência, coisa de Deus, ou do
destino? Não sei responder. Mas, hoje
sei que mesmo estando distante, e sem nos correspondermos, ele orou pela minha
saúde, quando precisei fazer cirurgia em 2012.
Em fevereiro de
2013, sete anos após a despedida. Ele voltou, não sei ao certo se queria me
ver. Eu queria vê-lo e muito. Pois, algo havia mudado dentro de mim. Quando
fiquei sabendo, através de minha amiga que ele iria passar alguns dias no
sertão, fiquei muito feliz e ansiosa para reencontrá-lo. Eu não era mais aquela
garota de antes, que só queria se divertir. As decepções da vida haviam me
ensinado muito, e a ele também. Pois teve de enfrentar muitas barreiras no seu
relacionamento passado.
Era noite de carnaval, 10 de fevereiro de
2013. Fui com algumas amigas para a praça, havia blocos na rua, gente pulando,
e outros jogando goma e spray. Era uma bagunça danada. Os carnavalescos que me
desculpem, mas carnaval é isso, uma barulhada só. Gente bêbeda, outros se
agarrando, e alguns descendo até o chão. Mas, até que estava divertido, embora
o ambiente não fosse o mais romântico para reencontrar alguém especial, e para
nascer um grande amor.
Cansada de
ficar olhando as pessoas e nada de vê-lo, decidi ir até um louvor evangélico, o
qual a Izabel estava participando, queria encontra-la, para ela me apresentá-lo
novamente, depois de passados tantos anos. Mas, o louvor ia demorar, então
voltamos pra praça. Eu não imaginava que iria ter uma feliz surpresa, quando
esbarrei em sua frente, eu estava indo ao parque do forró e ele na praça.O reencontro
foi perfeito, não precisamos de ajuda, o destino se encarregou de tudo.
Olhamo-nos, demos um abraço e começamos um longo papo. Enquanto os blocos
passavam, falamos sobre nossas vidas, o que fazíamos, em fim, sobre quase tudo.
O barulho atrapalhava um pouco, mas tudo bem era carnaval, não tinha como ser
diferente.
Depois Izabel
chegou e ficamos todos ali, num momento de descontração. Quando eu disse que
iriamos embora, foi cavalheiro e se ofereceu para ir conosco. Pensei que ele
iria pedir pra ficar comigo, porém ele sentiu receio de levar outro não. Em
frente à minha casa, quando nos despedimos quase rolou um beijo. Que pena,
ficou só no quase! Rs. Ele prometeu que passaria na minha casa no dia seguinte
à tarde. Como prometido,
ele apareceu, ficamos na calçada conversando. Ele, em fim criou coragem e me convidou
para ir a uma sorveteria à noite. Ainda era carnaval.
A tarde logo
partiu, dando lugar a uma bela noite estrelada, 11 de fevereiro. Chegamos à
sorveteria como bons amigos. Pedimos o sorvete, ele tomou rapidinho, eu, como
sempre, tomei bem devagar. Ele estava torcendo
para que o sorvete acabasse logo. Depois, finalmente, acabamos indo para a
pracinha da igreja, pois o barulho era intenso no parque do forró.
Ainda
conversamos um pouco para então acontecer o tão inesperado primeiro beijo. Eu
amei conhece-lo melhor, mas logo ele iria embora, e de certo o romance
acabaria, mas não foi assim que aconteceu. E no dia 15 de Fevereiro decidimos levar
o nosso namoro a sério, mesmo sabendo que a distância iria atrapalhar um pouco.
Naquela mesma noite ele foi embora. Eu tinha medo
de não dá certo, namoro à distância pode ser muito complicado. E foi, mas
somente por causa da saudade, pois por outros motivos estava tudo ótimo, éramos
compreensíveis um com o outro. Aliás, ele me ensinou muito sobre ser paciente.
Sempre que dava nos víamos. No dia 12 de Setembro ficamos noivos, foi um
momento muito especial, era a certeza que nosso amor iria superar qualquer
barreira. Ele me presenteou com um delicado buquê de rosas vermelhas. Amei
aquele gesto.
A partir de
então começamos a planejar nossas vidas, e onde iriamos morar depois de
casados, por isso em dezembro do mesmo ano, vim passar as férias aqui em
Camaragibe e Recife. De imediato não gostei, era tudo muito diferente do meu
lugar de origem. Apesar de
algumas incertezas, quanto a morar aqui, o nosso tão sonhado casamento
aconteceu, em 14 de junho de 2014. Foi
lindo, pois estávamos recebendo a benção de Deus e celebrando um amor que talvez
sem que percebêssemos já havia brotado dentro da gente há muito tempo.
A parte mais
difícil foi ter que me despedi da família, dos amigos, dos meus pequeninos
alunos e daquela cidade que guardava toda minha vida, em cada cantinho. Lágrimas
rolaram do meu rosto, mas meu coração estava feliz, pois era o nascimento de
uma nova vida, um novo caminho a ser seguido.
Por isso, hoje
agradeço a Deus por ter me presenteado com um esposo tão dedicado, carinhoso,
que cuida de mim, me ensina a ser uma pessoa melhor a cada novo amanhecer. Não vou dizer que no começo não foi difícil.
A saudade da família era e ainda é constante, mas estou me acostumando, e entre
um passeio e outro, vou conhecendo ruas, atravessando pontes, cruzando lugares,
e redescobrindo uma nova cidade, que de imediato não me agradou e que hoje, aos
poucos me conquista, pois é aqui que vive o meu amor.
Acho que é à
força do amor verdadeiro agindo dentro de mim, que me faz aprender e ser uma
nova pessoa, mas sem jamais perder a simplicidade de menina do interior. Essa é
a nossa história, um pouco resumida, mas que mostra um pouco da essência de um
amor que resistiu ao tempo, e a cortante saudade que ficava depois das
despedidas. Assim é o nosso amor e a continuidade dessa história irá ser
escrita a cada dia, de um jeito novo com a benção divina.
Parabéns Luzia... que sua a sua união seja abençoada a cada dia. Suas histórias são lindas e cativantes... Eu mais que ninguém sei o quanto ´difícil a distância afinal já passei por isso kkkk incrível como amores verdadeiros passam por cada situação para tornar mais forte!!!
ResponderExcluirQuando o amor é verdadeiro a distância é apenas um muro que impede o olhar, o beijo, o contato, mas, as palavras nessas horas são mais que palavras são carinhos, beijos, olhares viajando a quilômetros de distância, viajando por linhas telefônicas e que incendeiam ainda mais esse amor. Assim foi comigo e imagino que por sua história com você também. Parabéns minha amiga.. que Deus abençoe vocês!!!
Amiga esqueci de me identificar kkkkkkk quem postou o comentário anterior foi eu Bruna!! bju
ResponderExcluirParabéens e que Deus abençoe este relacionamento. Que haja alegrias e paciência nas horas ruis, e que jamais se perca a fé.
ResponderExcluirBeijos e ótimo final de semana
http://mylife-rapha.blogspot.com
Olá, cara e jovem amiga!
ResponderExcluirDepois de longa ausência, volto visitá-la e o faço me expressando em poucas palavras:
“Seja feliz, muito...”
Aceite meu abraço e até mais!