19 de agosto de 2011

Quando é amor


     Naquele inicio de outubro, numa manhã aparentemente normal, Caroline sentiu algo diferente ao acordar, seu coração parecia querer lhe dizer algo, queria gritar, era a primeira manhã que passaria na fazenda do avô Inácio, no interior do Mato grosso. Ela saiu de casa nos primeiros raios de sol, naquela manhã aconchegante, enquanto caminhava devagar, começou a lembrar de Lucas, um garoto que costumava brincar com ela naquela mesma estrada, ele era um garoto especial e apesar de tanto tempo sem saber notícias dele, ela ainda lembrava-se do seu olhar esperto e do sorriso em seu rosto sempre que ela via um animal pelo caminho e começava a gritar e o abraçava, aquele menino havia marcado profundamente a sua infância.
     Depois de caminhar aproximadamente vinte minutos, ela parou para descansar um pouco, e quando levantou o olhar, viu que um jovem vinha em sua direção, ao se aproximar dela, seu coração disparou de emoção, parecia mentira, ela não podia acreditar, era ele, aquele mesmo garoto esperto, que às vezes puxava seu cabelo, era ele, agora com traços de um homem. Naquele instante ela não pensou mais nada, simplesmente pulou em seus braços, acabando com aquela saudade de anos, e então ele olhou nos olhos dela e viu renascer um amor que havia nascido na infância, e falou com grande emoção:
     _Quanto tempo minha menina medrosa, e sorriu, seu sorriso era o mesmo de antes, aquele sorriso que fazia ela sentir raiva quando criança, e falou com expressão séria:
      _ Você não mudou nadinha, o físico mudou, mas esse jeito de garoto levado continua o mesmo, seu chato. Ela disse isso mergulhando em seu olhar procurando recuperar o tempo que passaram separados e fez o que sempre teve vontade, mas não tinha coragem, ela o beijou suavemente, acariciando seu rosto devagar, e ele com instinto masculino a puxou pela cintura, segurou em seu cabelo e beijou como jamais havia beijado nenhuma outra mulher, ela estando ali em seus braços ele sentira como se ela ainda fosse  aquela menina que pulava em seus braços pra sentir-se protegida. Para ela era como se fosse seu primeiro beijo, pois sempre sonhou com o dia em que o reencontraria e ele lhe daria o beijo que não havia dado quando crianças. Agora ela sabia que seu coração sempre pertenceu a Lucas, apenas o destino o havia separados, por que ela precisou ir morar na cidade e ele foi morar na casa dos tios, pois também precisava estudar, mas estava escrito em algum lugar do mundo, que eles iam se encontrar e começar uma verdadeira história, agora não mais de amizade, e sim de amor. O que o destino reservava-lhes eles não sabiam, porém de uma coisa eles tinham certeza, o amor que sentiam nem o tempo e a distância poderia destruir, pois quando é amor de verdade o tempo e a distância jamais irão existir.  
                                           
                                                       (Luzia Medeiros) 


P.s conto para a 18° edição imagem do http://projeto-suaspalavras.blogspot.com/

5 comentários:

  1. Muito bacana, o conto.

    Adorei; abração.

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  2. Que conto bonito, Luzia! Gostei principalmente das "paisagens mentais" que imaginei ao lê-lo, todas ensolaradas e bonitas, e do modo como você descreveu esse amor bonito.

    Um beijo!

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  3. Belíssimo, parabéns!

    Com amor, o fio inextensível da vida jamais se rompe. Verdade maior.

    bj

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  4. Lá vem você com seus contos maravilhosos me deixando sem palavras, quem perde é só você porque não recebe um comentário a altura do seu texto.
    Concordo que nada acaba com um amor verdadeiro, nem distância, acho que ela só aumenta o amor!


    Beijos

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  5. O amor é bonito. Ler isso contagia o coração. O fio da esperança se fortalece. Há de haver sempre, um resquício de amor, para acreditar.

    Lindo conto.

    Beijos!

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