28 de maio de 2011

Um tempo eterno



    Falar em infância é encher o peito com uma nostalgia, pois, não tem como não se lembrar daquela menina de franja mal cortada, cabelos longos, magrinha que usava vestidinhos e sapatos com meias, na verdade eu era uma menina tímida de traços simples, com um olhar desconfiado, às vezes me sentia meio perdida em um mundo tão grande.
    Até meus oito anos eu morava em uma fazenda, depois tive que ir pra cidade, pois tinha que estudar, e só voltava ao campo nos finais de semana, neste lugar ficaram guardadas tantas lembranças, é inexplicável a saudade que sinto ao falar daquele recanto verde, das noites de fogueiras, das histórias que o meu pai me contava, sob o olhar das estrelas, de correr por entre as flores, sentindo seu aroma suave, sinto saudades deste lugar, pois, foi ele que desenhou minha infância que viu meus primeiros passos, que me viu chorar e sorrir, e hoje eu sei que boa parte da minha vida está gravada lá, talvez a melhor parte, pois lá plantei meus primeiros sonhos.
    Quando tinha aproximadamente onze anos, meu pai aposentou-se e então fomos morar definitivamente na cidade, e foi tudo novidade eu tinha um monte de amigas, desfrutava de coisas que no campo não tinha, mas até hoje quando a chuva bate na janela e eu vejo ao longe a montanha, lembro-me da menina que de certa forma ficou lá no campo, por entre aqueles pastos, correndo em busca do rio, pra se banhar em suas águas frias naquelas manhãs inesquecíveis, se pudesse eu voltava no tempo, sentaria na calçada ao lado dos meus pais e ficaria procurando estrelas cadentes, e de certo terminaria a longa estrada de pedras que comecei a construir, me balançaria no galho das árvores, e me encontraria novamente com aquela infância doce, daria novamente meus primeiros passos e viveria mais uma vez a emoção de um tempo que pra mim será sempre eterno, pois, hoje eu ainda sou feliz, mas a vida na infância é bem menos complicada, os sonhos são mais bonitos, e acreditamos que só existe o amor, ah! Que tempo bom, tempo que não volta, mas que ficará pra sempre guardado nas minhas melhores lembranças.

                                                             (Luzia Medeiros) 

Ps. Eu escrevir esse texto para participar de um concurso do blog : http://www.juntoemisturado.com/
Esse blog é muito legal faz pouco tempo que o estou seguindo, mas já deu pra perceber que é bem criativo. 

Eu ganhei em terceiro lugar, mas estou muito feliz por ter participado, e sem falar na emoção que o tema me propocionou, de coração muito obrigada ao blog junto e misturado.

7 comentários:

  1. Ah, mais eu adorei o texto. Ficou ótimo :)
    Beijão linda ;**

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  2. Infância é quase sinônimo de nostalgia.

    Muito bom o texto.

    Beijos

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  3. Lindo texto, simplismente uma nostalgia muito boa! Incrível como você usa as palavras de uma maneira sólida e esclarecida, adorei!
    Fico muito feliz por ter gostado do meu texto e mais feliz ainda que se identificou com ele, é muito bom escrever textos e ver que os leitores se identificam, é muito gratificante!
    Estou te seguindo neste blog e acompanhando seus textos!
    Abraço.

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  5. Cada etapa da nossa vida nos deixa um importante aprendizado. Por isso é tão importante vivermos na plenitude cada momento. E são as vivências marcantes que sempre permanecem. E as lembranças são as coisas mais preciosas, porque são as provas de que vivemos, de que nos felicitamos. As épocas passam, mas sempre ficam, guardadas no peito, junto com seus aprendizados, as alegrias, os momentos marcantes. Inesquecíveis...

    Beijo doce!

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  6. Parabéns, querida, por ter conseguido chegar ao pódio do concurso! Não é para qualquer uma!
    Falar de infância geralmente deixa as pessoas emocionadas, pois é relembrar momentos que até hoje fazem parte da nossa história e que permanecem vivos no nosso inconsciente. Lindo teu escrito, merecido!
    Beijos, flor!

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  7. Ah, que saudade me bateu no peito agora, Luzia! Tocar nestes assuntos que mexem com nosso passado é sempre emocionante, pois muitas coisas não estão conosco hoje em dia... e isto dói também porque sabemos que o que temos ou a quem temos hoje talvez não tenhamos amanhã, e por aí vai!

    Enfim, adorei o sue texto!

    Quero te parabenizar, desta vez como moderadora da ABL por seu texto cativante que foi posto lá ontem. Que beleza ler aquilo! Sua escrita é mesmo fantástica!

    Um grande beijo!

    - Equipe ABL

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