Amor ingênuo.

Lembro-me daquele amor de infância em que no peito pulsava um coração inocente e de sua boca saíam palavras de amor declamadas em versos.

Aquele amor ingênuo trazia-me  em cada amanhecer um brilho especial em minha vida. Sempre havia um sorriso em seu rosto meio tímido a esconder-se por entre as flores do meu jardim, seu perfume confundia-se com o aroma daquelas rosas no seu desabrochar.

Em cada orvalho das manhãs, suas lembranças vêm-me despertar, procuro aquele sorriso no mesmo jardim que tantas vezes corríamos juntos tentando descobrir os mistérios de um amor de criança, mas nunca o encontrei, porém, às vezes num fim de tarde quando meus pensamentos se perdem buscando explicações pra essa saudade vêm uma brisa leve e trás seu cheiro ainda intacto deixando-me quase inconsciente com tanta emoção. Somente as lembranças daquele amor ingênuo faz sentir-me novamente como uma criança descobrindo o mais belo e inexplicável dos sentimentos, o amor.

  P.s Eu gostaria muito de ter vivido um amor assim, inocente, sem malícia, nem sei por que , mas me deu vontade de ter esse amor pra sentir saudade, quando os amores da vida adulta me decepcionassem. Seria maravilhoso ter um amor de criança pra lembrar, pena que não tenho, mais gostei desse texto, parece até que vivi um amor assim.

              (Luzia Medeiros)