21 de janeiro de 2016

Saudade, pai!


Data de sua partida: 15/01/2016

Pai, eu sempre irei lembrar-me do senhor, toda vez que eu olhar o azul do céu, verei teu sorriso ameno e lembrarei dos momentos bons. O senhor nos ensinastes a amar, mesmo a seu modo, do seu jeito calado, quieto, mesmo assim, me fez ser uma pessoa melhor. Muito obrigada por me fazer dá valor as coisas simples da vida, pois o senhor era a simplicidade em pessoa, amava tudo o que era singelo, essas coisinhas pequenas do dia-a-dia que muitos acham banal. O senhor amava a natureza, viveu a vida quase inteirinha no campo, ali era seu lar, seu refúgio e fortaleza.

Sabe, meu pai, eu te admirava muito por isso, por esse seu amor pelo simples, a chuva era sua companhia nas noites de inverno, e na manhã seguinte o senhor fazia festa, logo ao raiar do dia, era tempo de plantar, pois a terra já podia dá bons frutos, pois chegara o inverno, e o senhor sabia tudo sobre o campo, sobre a terra, sabia quando o tempo estava bom para plantar e colher.

Foi com o suor do seu trabalho, que vencemos a batalha dos dias difíceis, éramos tão simples, tínhamos tão pouco, mas tínhamos tudo: amor e felicidade plena. Por isso sinto tanto sua falta, sinto falta do que o senhor sempre nos representou, foi um homem bom e honesto, repleto de amor no coração, por isso, te amo muito e o senhor jamais será esquecido, viverá para sempre em mim, como uma canção que o tempo não destrói, como um sonho que não tem fim, como o próprio amor.

Luzia Medeiros 


27 de dezembro de 2015

Amor partido!


Escrevi este pequeno texto 
pensando nos amores que 
se perdem, nas histórias 
que parecem belas, mas 
que por algum motivo 
tem um fim.

Não era pra ser assim, tínhamos os nossos planos, nossos sonhos eram entrelaçados, havia uma ilusão que tudo seria eterno, que nunca haveria despedidas. Então, você decidiu rasgar os nossos sonhos, matar a esperança e fugir sem deixar rastros. Eu fiquei aqui a tua espera, como quem espera o sol ressurgir na manhã que sucede uma tempestade, assim é que eu me sinto sem rumo, perdida!

Mas, pensando bem você deve estar por ai, vivendo a fantasia da liberdade, num mundo de falsos amores, de falsas alegrias e promessas desfeitas e talvez nem lembre mais meu nome, e a nossa história quem sabe virou poeira virou cinza e o vento já levou embora.

Eu, pobre sonhadora, continuo vivendo sozinha este amor partido, e vou criando versos meio tortos que falam de nós dois. Sinto que as ondas do mar irão trazer você de volta, e vou te ver como na primeira vez, caminhando na areia fria, como naquela tarde de verão, quando você surgia no meio do amarelo vespertino, trazendo o que eu acreditava ser o meu amor verdadeiro. Dançamos na areia feito crianças, e tudo teve sentido, e agora não consigo arrancar tudo isso de dentro de mim.

 Luzia Medeiros 

21 de dezembro de 2015

Quem eu era!


Texto fictício, porém quem nunca sentiu-se assim?

Era manhã de primavera, novembro de 1989, para mim,o ano do amor. Havia uma calma escondida no peito, uma vontade enorme de abrir a janela, colocar o vasinho de flores sobre a mesa, e deixar os raios de sol adentrar a casa inteira. Eu era uma menina carregada de sonhos, tinha todas as formas de sorriso que alguém pode ter, e tinha também a alegria de espalha-lo em todas as estradas percorridas.  Era feita de versos, e trazia no coração as canções de amor que os poetas escreveram.
Não havia se quer uma gota de tristeza em mim, não havia poemas rabiscados, apenas versos que rimavam e combinavam igual às estrelas a cruzar o céu numa noite enluarada. O que eu tinha dava para desenhar num papel como a forma mais bucólica de amar, como quem espera encontrar em um abraço toda a forma de sentir-se completo, como quem vive para crer nos sonhos. Então, eu era exatamente assim, eu tinha um amor, eu vivia para esse amor e carregava dentro de mim um  oceano de coisas boas, que nunca passavam, que jamais tinham fim.

 Luzia Medeiros